Nesta quinta-feira, 19/10, é celebrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Mama, data que integra o movimento mundial conhecido como "Outubro Rosa". O nome remete à cor do laço que representa a luta contra o câncer de mama. O Outubro Rosa tem o objetivo de estimular a participação da população e entidades na luta contra a doença e conscientizar as mulheres sobre a importância da realização dos exames preventivos.
A aluna de Pedagogia da Aupex/Uniasselvi Mara Santos Hoppe é uma das pessoas que pode falar com propriedade sobre a importância da prevenção contra a doença e, literalmente, que faz questão de vestir a camisa do Outubro Rosa. Hoje ela comemora a vitória sobre a neoplasia depois de ter passado um ano intenso realizando sessões de quimioterapia, radioterapia, exames, consultas e uma cirurgia de mastectomia em função da descoberta do câncer de mama. A professora aguarda mais alguns meses para ter a autorização da realização da reconstrução mamária.
Os cabelos que no ano passado foram raspados em razão dos efeitos da quimioterapia hoje crescem numa textura diferente. A professora que até então era loira de cabelos longos hoje exibe um visual de cabelos escuros curtos e brilhosos. A autoestima que em um momento quase desapareceu voltou a toda à medida que descobria ser mais forte do que a doença.
Foi uma dor intensa na mama direita e a percepção de um nódulo feito pelo toque no seio que traçaram a suspeita de um câncer que Mara jamais imaginaria enfrentar. “Estava com 39 anos ao descobrir o câncer e já havia feito uma mamografia aos 37 anos. Fui sempre saudável, fazia exames preventivos anuais, não tinha histórico da doença na família. Por este motivo, fui orientada a fazer outra mamografia só aos 40 anos”, relata.
Após um mês intenso de exames em abril de 2016, Mara teve a confirmação do câncer de mama em maio, no mês seguinte. Segundo ela, o tumor foi detectado com o tamanho inicial de três centímetros e meio, semelhante ao tamanho de um ovo de codorna. Em um mês, mais que dobrou de tamanho para sete centímetros, ficando equivalente ao tamanho de uma laranja-pera. “Fui informada dos vários tipos de cânceres. De que eu nem poderia fazer a cirurgia de retirada do tumor tamanha a gravidade do estágio da doença. Tive que fazer a quimioterapia antes da cirurgia e depois a radioterapia”, lembra.
Devido ao tratamento intenso, Mara teve de se afastar do trabalho e parar as atividades rotineiras. Porém, ela não abriu mão de estudar e vir às aulas da faculdade da Aupex/Uniasselvi de Pedagogia, uma vez por semana, de Barra Velha. “Claro que eu poderia ter trancado o curso para me preservar. Mas a faculdade foi a única atividade social que eu poderia fazer naquele momento e aquilo não poderiam me proibir. Estudar me deu forças, me fazia lembrar de que a vida continuava e eu não deveria parar com tudo por causa da doença”, completa.
Terminado todo o processo contra a doença na metade deste ano, Mara só precisa fazer agora os acompanhamentos como a consulta com mastologista e oncologista e exames anuais para monitoramento, tradicionais para quem enfrenta qualquer tipo de câncer. Ela também vive outro momento de comemoração: o encerramento da faculdade no fim deste ano e a formatura, em fevereiro do próximo ano. “Posso dizer que a faculdade foi um dos motivos que me manteve forte durante esse processo difícil de enfrentamento à doença. Nunca pensei em trancar o curso pois queria me formar com minha turma. E logo vou realizar este sonho”, festeja.
Acadêmica da PED 1976, da tutora Dilcicleia de Barros, ela e suas colegas de sala realizaram uma atividade nesta quarta-feira, dia 18/10, no Pátio da Aupex. As alunas e a professora entregaram docinhos, guloseimas e lixas de unha da cor rosa aos alunos para exaltar o mês do Outubro Rosa, mês de prevenção e alerta ao câncer de mama.
O câncer de mama é a neoplasia que mais mata mulheres no mundo. Mara é a prova de que a doença pode ser enfrentada e derrotada. Para ela, foi essencial ter o apoio da família e dos amigos, muita fé e força de vontade. Ela dedica a vitória ao esposo, filhos, a neta e a Deus, que sempre lhe deram forças e foram sua base.