Aos 35 anos, Adriana Bittencout comemora seu segundo ano de renascimento. Isso por que há 24 meses a acadêmica do curso da Aupex realizou a cirurgia de retirada de parte do útero após descobrir a existência de uma lesão. O câncer, para muitos, é sinônimo de fim e de uma doença difícil de ser enfrentada por levar muita gente à morte e trazer sequelas ou restrições, após tratado. A doença, além disso, veio como um choque de realidade, algo que ela considera que precisava. 

“Eu não era de ter muitos cuidados com a saúde, trabalhava em excesso, fumava muito, tive problemas na bexiga e não dava atenção para o problema. Para ter uma ideia, tive muitos familiares que morreram de câncer e não me prevenia”, exalta.

Foto: Adriana antes da descoberta do câncer

A aluna lembra que descobriu a notícia de ter HPV (Papiloma vírus humano) após justamente retornar da visita à casa da  mãe no interior do Paraná, que se recuperava do tratamento de um câncer de pele. O resultado veio após ela ter realizado um exame preventivo no posto de saúde.  “Foi difícil meu tratamento pois tenho síndrome de pânico e pavor de entrar em hospital a ponto de ficar agressiva. Precisei passar por tratamento com psicóloga pois não uso medicamentos psiquiátricos. Melhorei muito com o atendimento clínico neste tempo pois guardava muitos ressentimentos pela vida difícil que sempre levei”, reforça.

E  mesmo com a retirada do órgão, Adriana continuava a ter hemorragias devido à imunidade baixa e à condição emocional, passando por uma fase muito difícil em sua vida. Ela conta que superou a doença com o apoio de amigos e da mãe. Sua mãe a substituiu como diarista nos lugares em que ela tinha contrato ajudando a garantir a renda enquanto os amigos a visitavam e, os que trabalhavam na área de saúde,  orientavam quanto aos cuidados com sua saúde. 

O curso de Pedagogia veio como uma promessa a ser cumprida após o tratamento da doença. Adriana já havia sido aluna do curso de Licenciatura em outro momento e fez uma promessa de que iria voltar a estudar depois do tratamento contra o câncer. Matriculou-se na Aupex e conseguiu bolsa  de estudo pelo Uniedu. Segundo ela, sem a bolsa, a faculdade não seria possível por falta de condições financeira. 

Ao voltar a estudar, Adriana acendeu a antiga paixão que sempre teve pela área. Ela ainda não trabalha no setor de Educação, mas sabe que futuramente esta será sua área de atuação. Enxerga a Educação como uma nova fase em sua vida. Adora frequentar as aulas de Pedagogia com sua tutora Andréia Carvalho e suas colegas de classe. 

O Outubro Rosa há dois anos não foi o fim para Adriana, mas a mudança do estilo de vida. “O câncer  tem tratamento, mas, por outro lado, indica que a gente precisa de mais cuidados”, reforça.