Acadêmica de Pedagogia conta como enfrentou três vezes o câncer

Vânia foi uma das pessoas que sofreu falha no diagnóstico de câncer. Como sentia muitas dores no pulso,  a acadêmica de Pedagogia da Aupex/Uniasselvi foi orientada pelo médico que precisaria ser operada em função da Síndrome do Túnel do Carpo, doença que provoca dores intensas na região. Entretanto, ao fazer o autotoque nos seios, Vania apalpou um caroço grande na região. Assim, descobriu que a dor no pulso era causada pelo tumor que afetava os nervos do braço.

Era janeiro de 2014 e sua idade era 33. O exame preventivo havia sido feito em outubro do ano anterior, data bem próxima, sem apontar qualquer alteração. A mamografia na época não havia sido solicitada pois Vânia estava fora dos padrões de risco:  idade inferior a 35 anos e sem histórico de câncer na família. Porém, ao fazer o exame de mamografia e biópsia, Vânia teve a confirmação que já aguardava: um câncer invasivo. 

Vania se empenhou para que seu tratamento pelo SUS acontecesse de forma mais agilizada e, três meses após o diagnóstico, passou por cirurgia para retirar parte do seio retirado. Pouco tempo depois iniciou as sessões de quimioterapia da cor vermelha, a mais agressiva. A cada  sessão perdia parte do cabelo até ficar careca, mas nãoperdeu  a vaidade. “Eu ia maquiada e bem arrumada para a quimio. Não me abalava pois sempre fui uma pessoa positiva e forte”, destacou. Depois fez sessões de quimioterapia amarela e branca, tamanha agressividade do tumor.

Na mesma época, a acadêmica descobria mais um câncer: dessa vez, de pele. “Este me assustou mais que o de mama pois deixou cicatrizes na perna em função da radiologia. Mas sempre estive bem preparada pois encontrava forças em meu marido, que foi fundamental durante todo o tempo, e em meus três filhos,  que estavam na fase infanto-juvenil e eram minha razão de viver”, justifica.

Como promessa pela cura da doença, a aluna decidiu que voltaria a estudar e ensinar crianças, sua paixão. Em 2015, ela fez o magistério e em 2016 fez a prova do Enem, a qual foi aprovada. Vania conseguiu uma bolsa de estudo integral pelo ProUni e se matriculou no curso de Pedagogia da Aupex/Uniasselvi, em 2017, dando início ao sonho de ser professora.

Contudo, neste mesmo período, a recém-matriculada no curso de Licenciatura passou a ter hemorragias, o que antecipava a chegada de um novo câncer: de útero.  “Como eu tomava tamoxifeno (remédio para tratar e prevenir tumores de mama) não precisei passar por quimioterapia. Era preciso uma nova cirurgia para a retirada do órgão”. A aluna lembra que, nesta época, ia para as aulas por escolha própria para sair da rotina de ficar em casa. “Ir para a faculdade me fazia muito bem pois encontrava os amigos e não perdia as aulas da tutora Andréia Carvalho”, mencionou.  

Quando questionada sobre como enfrentou três diferentes cânceres, Vania repete as palavras que sua mãe lhe disse: “Você é a mais nova dos irmãos, mas sempre foi muito forte”, recorda sorrindo. Nas poucas vezes que  desanimou durante o tratamento, ela recorda que foi ao ver suas amigas das sessões de quimioterapia perderem a batalha para a doença. “Eu fui ao velório delas muito triste e cheguei a pensar que o próximo seria o meu”, confessa.

Recentemente, a aluna passou por uma das maiores surpresas da vida: aos 37 anos se tornou avó, após descobrir que o filho de 15 anos iria se tornar pai. “Eu e meu marido demoramos para associar que seríamos avós, mas demos todo o apoio possível e vemos o bebê como um presente”. Vania tem mais duas filhas, uma de 13 e outra de 17 anos. 

Vania faz acompanhamento periódico com o oncologista e só se lamenta por ter a condição física mais restrita em função das sequelas do tratamento contra o câncer, mas nada que atrapalhe a sua forma de viver a vida, sempre bem humorada. “Minha meta é trabalhar com a inclusão escolar. Hoje atuo com Educação Infantil, área que amo, e quero me especializar para ensinar pessoas com deficiência”, almeja.

 

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