Embora seja jovem, Patrícia Daniele Souza, 28 anos, já enfrentou dois cânceres de mama raros. Aos 12 anos, quando estava entrando na adolescência, a funcionária da Aupex Uniasselvi, também acadêmica do curso de Processos Gerenciais, sentia uma forte dor em um dos seios, que ainda estava em formação devido. Tratava-se de um caroço externo que a mãe da então adolescente achou estranho e, por isso, decidiu levá-la ao pediatra.
Na consulta, o médico demonstrou preocupação diante do caso excêntrico e pediu que Patrícia fizesse a biópsia e mamografia. Ambos os exames confirmaram que se tratava de um nódulo benigno e precisava ser operado com urgência devido à idade de Patrícia, na época. “Eu estava na consulta quando o médico falou que se tratava de um tumor, mas não entendia o que aquilo representava. Meu pai se desestabilizou com a notícia e minha mãe teve de ser forte para que me preparar e me apoiar para a cirurgia”, recorda. O caso era tão peculiar que a adolescente passou por retirada cirúrgica do nódulo dentro de duas semanas. “O médico disse que aquele tumor poderia atrapalhar meu desenvolvimento e solicitou prioridade”.
Felizmente, a cirurgia foi tão bem sucedida que Patrícia não precisou passar por sessões de quimioterapia e radioterapia. “Tive de entrar num processo de controle de imunidade”. A partir de então, Patrícia passou a consumir apenas alimentos saudáveis. “Foi difícil, mas percebi que era necessário. Depois percebi que só faria bem a minha saúde”, complementa.
Aos 19 anos, Patrícia passou novamente pelo choque da notícia de que estava com o tumor, numa época em que muitas mulheres geralmente curtem a novidade de serem mães. Seu filho Eduardo tinha apenas três meses de vida quando os seios apresentaram um caroço que crescia de forma anormal na lateral. A mãe de Patrícia se assustou ao observar que saía sangue do bico dos seios, que deveriam conter apenas o leite materno. O caroço do tamanho de uma bola de pingue-pongue em cada peito acendeu novamente a suspeita de que algo estava errado. Patrícia, imediatamente, procurou um ginecologista e sustou a amamentação pelo leite materno.
Desta vez, os exames que ela precisou fazer para confirmar o nódulo foram ainda mais doloridos pois o seio se torna mais sensível com a amamentação. Patrícia teve displasia mamária e recebeu a notícia de que precisaria fazer o procedimento cirúrgico nas duas mamas para retirada do tumor.
A cirurgia que extraiu os nódulos de Patrícia aconteceu quando seu filho completara seis meses. Contudo, devido aos dois braços imobilizados, a novata mamãe não conseguia sequer se alimentar e, obviamente, nem segurar o filho nos braços. Ela relembra que sua mãe quem colocava Eduardo perto de seu colo para que ele continuasse a sentir o cheiro da genitora. “Na época, fizeram um rodízio para cuidar de mim e da criança. Até as colegas de trabalho de minha mãe nos ajudaram. Eu comia a comida triturada por canudinho para ficar mais fácil para todos”.
O controle da imunidade foi o único tratamento que Patrícia precisou fazer com rigor a partir da cirurgia. O médico confirmou que se tratava de um câncer por ser visível e passível de remoção. Desde essa época, Patrícia é obrigada a fazer anualmente exames de sangue e mamografia para evitar que a doença ressurja novamente.
Eu tenho fé que não terei mais de passar por este momento, mas sempre me cuido. Tenho alimentação saudável e faço exercícios. O câncer mexe com nossa estima, mas pode ser enfrentado. Eu superei estes momentos e estou feliz de poder contar minha história às pessoas, principalmente, em época do Outubro Rosa.